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28/11/2017

Estado deve recuperar sua melhor fase na produção de café em 2019

O Espirito Santo vive um longo período de seca desde 2013, o que afetou em cheio a produção agrícola. Muitas plantações foram prejudicadas, entre elas a de café, que em sua maioria precisa de irrigação durante o cultivo.

 Como resultado, em quatro anos o Estado deixou de produzir mais de 13 milhões de sacas de café conilon seu principal  produto devido à falta de água. A expectativa é de que a safra do grão volte ao patamar que estava em 2014, colhendo 12 milhões de sacas por ano, em 2019, um dos melhores níveis da história.

 A análise foi apresentada pelo pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Romário Gava Ferrão, durante uma das palestras do TecnoAgro, evento realizado pela Rede Gazeta na semana passada.

 Segundo ele, em 2014 foram produzidas aproximadamente 12 milhões de sacas de conilon. Em 2015, como reflexo da seca, esse número caiu para 8 milhões; em 2016, foram 5 milhões e , este ano, deve ficar em torno de 6 milhões.

 De acordo com o pesquisador, para que a produção volte a crescer será preciso que as precipitações se normalizem e encham os reservatórios naturais, lençóis freáticos. Em conjunto, é necessário haver o desenvolvimento e implantação de tecnologias para produzir mais café de qualidade com menor consumo de água.

 Essa relação entre colher mais café  com menos recursos e espaço já é uma realidade no Estado . Segundo Romário, me 1993 foram produzidos 2,4 milhões de sacas de café Conilon em 500 mil hectares de área plantada. A área de plantio caiu para 240 mil hectares em 2014, mas a produção aumentou para 10 milhões de sacas do grão. Para ele, o resultado foi obtido com pesquisa, uso de tecnologias, inovação e empreendedorismo do setor cafeeiro.

PERSPECTIVAS

 Ainda há muito a ser trabalhado e estudado sobre o café. A meta é que, em 2030, sejam produzidas mais de 20 milhões de sacas de café por ano, sendo que 30% seja de qualidade superior, com maior valor agregado. A produtividade média passará a ser de 30 sacas por hectare de café arábica plantado, e 50 sacas por hectare do conilon.

  O caminho para chegar neste resultado de produtividade passa pelo uso de tecnologias, entre elas estão as pesquisas ligadas ao melhoramento e mapeamento genético das plantas para disponibilizar ao produtor variedades mais resistentes à seca e com melhor qualidade de bebida, desenvolvimento de mecanismo para reprodução das mudas, manejo e cultivo e alternativas para uma cafeicultura sustentável.

 Segundo o pesquisador Romário Gava Ferrão, a crise hídrica que o Estado vem enfrentando ajudou a acelerar o desenvolvimento de pesquisas. A ultima novidade é o lançamento de uma nova variedade de café conilon, a “Marilândia ES 8143”, que é resistente a elevados níveis de estresse hídrico.

 Para cada nova variedade de café conilon são necessários, no mínimo, 12 anos de pesquisa. Para o arábica, esse tempo quase dobra, levando pelo menos 22 anos de estudos.

Novas variedades de café também serão lançadas

 Além de atingir o melhor nível histórico de produção de café, o ano de 2019 também deve ser marcado pela chegada de três novas variedades do produto, que ainda estão em estudo , mas serão lançadas pelo instituto Capixaba de Pesquisa, Assistencia Técnica e Extensão Rural (Incaper). Uma será de café conilon e outras duas de café arábica, incluindo uma genuinamente capixaba.

 “Das novas variedades do arábica, uma será composta por três novos tipos de plantas  voltadas para as regiões de altitude elevadas. Além disso, teremos a primeira variedade totalmente capixaba desenvolvida pelo centro de pesquisas do Incaper”, explica o pesquisador do Incaper, Romário Gava Ferrão, durante palestra no TecnoAgro.

 Nesta nova variedade de Conilon, as mudas diferentemente da “Marilândia ES 8143”, onde elas eram feitas a partir de parte do galho do próprio pé de café, serão produzidas a partir da semente. “Ela vai ao encontro do pequeno produtor  de base familiar, que muitas vezes tem dificuldade de ter irrigação e possui menos recurso financeiros para comprar uma muda clonal. Teremos em 2019 aproximadamente 1,2 mil quilos de sementes para o plantio dessa nova variedade no Espirito Santo”, antecipa Gava.  


Fonte: AGazeta, Vitória-ES 27/11/2017 p. 27.