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14/12/2018

Coquetel de Confraternização Natalina do CCCV

No último dia 13, o Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV) realizou seu tradicional Coquetel de Confraternização Natalina. O encontro permitiu a interação e congraçamento de integrantes de diversos segmentos do negócio café do Espírito Santo e de outras praças comerciais do Brasil e do exterior.

 

O Presidente do CCCV, Jorge Luiz Nicchio, abriu a noite tributando homenagem à Ricardo Tristão, filho de Jônice e Ilza Tristão, falecido precocemente aos 58 anos no dia 30/12/2017. Ricardo era diretor da divisão internacional do Grupo Tristão, em Londres. Em sua mensagem de agradecimento pela homenagem ao filho, Jônice Tristão, mencionou que “Ricardo deixou para o mercado de café a imagem do compromisso, do respeito à concorrência e ao clientes e da paixão pelos negócios; para toda a família fica um legado de trabalho, integridade, competência, lealdade e honestidade; para a esposa e os filhos, além do amor incondicional, fica o orgulho de um passado raro e um exemplo para o futuro”. Jônice emocionou a todos e foi saudado de pé.

 

Em seu pronunciamento, Jorge Nicchio, agradeceu ao Conselho de Administração e à sua Diretoria Executiva pelo apoio na condução do CCCV e elencou os desafios que o setor enfrentou em 2018. Porém, destacou as conquistas: recuperação da safra de café do Espírito Santo; crescimento de cem por cento dos embarques por Vitória, de 2017 para 2018; da conquista pelos cafés arábica e conilon capixabas dos primeiros lugares no prêmio Coffee Of The Year na Semana Internacional do Café, além da decisão da Associação Brasileira de Cafés Especiais de passar a receber em seu rol de membros, produtores rurais de café conilon, demonstrando reconhecimento da qualidade do café conilon.

 

Jorge conclamou a todos a trabalharem juntamente com os novos representantes políticos "pela recuperação da economia brasileira e da nossa autoestima". Disse que o setor está pronto para isso e mencionou investimentos de empresas associadas do CCCV, previstos para o Espírito Santo em 2019.

 

A noite teve a presença de várias autoridades. O Vice Governador do Espírito Santo, César Colnago, dirigiu mensagem de conforto à Família Tristão e de reconhecimento ao trabalho de Ricardo Tristão. Colnago congratulou-se com as conquistas do setor e destacou a sua importância para a economia capixaba e o trabalho do Governo do Estado em prol da cafeicultura do Espírito Santo.

PRONUNCIAMENTO DO PRESIDENTE DO CENTRO DO COMÉRCIO DE CAFÉ DE VITÓRIA, POR OCASIÃO DO COQUETEL DE CONFRATERNIZAÇÃO NATALINA.

 

Boa Noite Senhoras e Senhores!

 

Saúdo o Excelentíssimo Vice Governador do Estado do Espírito Santo, César Colnago - obrigado por nos honrar com a sua presença. Na pessoa do Senhor Vice Governador estendo meus cumprimentos à todas as lideranças e autoridades aqui presentes.

 

É com grande alegria que o Centro do Comércio de Café de Vitória recebe a todos vocês para seu tradicional Coquetel de Confraternização Natalina. Sejam todos bem vindos!

 

Antes, porém, de prosseguir com o meu discurso protocolar, quero me dirigir à família Tristão, em especial ao Senhor Jônice e a Sra. Ilza Tristão, à Laura Tristão, ao Ronaldo, Sérgio, e demais familiares que não puderam estar aqui presentes.

 

O Centro do Comércio de Café de Vitória não poderia encerrar este ano sem devotar a alguém tão querido por nós justo reconhecimento pela sua grandeza de caráter, humanismo e trabalho dedicado à esta Instituição e ao setor exportador de café do Brasil. Convido a todos a lembrarmos sempre de Ricardo Tristão!

 

***

 

Estamos aqui nesta festa de confraternização, com nossos associados, amigos, entidades representativas da economia capixaba, autoridades que nos prestigiam neste momento. É com muita alegria que o Centro do Comércio de Café de Vitória recebe a todos.

 

Aos membros do Conselho de Administração e à Diretoria Executiva que já me acompanham há dois mandatos e que aceitaram a tarefa confiada pela Assembleia Geral de dirigir o Centro do Comércio de Café de Vitória por mais um ano, deixo o meu muito obrigado pela ajuda constante - tenho aprendido muito com vocês. Somos um colegiado e em nossas reuniões traçamos estratégias, discutimos e deliberamos em conjunto sobre demandas que surgem e sobre o que é importante para o bom andamento do setor exportador de café.

 

O Centro do Comércio de Café de Vitória também está inserido no arranjo produtivo do comércio exterior capixaba, onde, associado a outras entidades empresariais, compartilhamos anseios e estratégias em comum – vejo aqui alguns rostos conhecidos desse conjunto, obrigado por suas presenças.

 

Neste ano teremos um incremento da ordem de cem por cento nas exportações de café: 4 milhões de sacas contra 2 milhões exportadas em 2017. A recuperação de nossa produção foi fundamental nessa evolução. Sem dúvida, o conilon foi o responsável pela retomada dos números da exportação capixaba. Porém, ainda estamos num patamar bem abaixo dos anos de 2014 e 2015, quando embarcamos 6 milhões de sacas/ano.  A frustração vem dos embarques de café arábica.

 

Segundo a Conab, o Espírito Santo produziu quatro milhões e setecentas mil sacas de arábica em 2018, das quais, dois terços são destinados à exportação ou, cerca de três milhões de sacas. Mas, infelizmente, apenas um milhão e trezentas mil sacas serão exportadas pelo porto de Vitória. Isso significa que mais da metade do café arábica colhido aqui já não utiliza nosso porto, embarca diretamente em portos de outros Estados, percorrendo a já obsoleta e perigosa malha rodoviária. Além dessa perda local, também estamos deixando de embarcar cafés do Leste de Minas Gerais, grande região produtora. O Brasil exportou em média 34 milhões de sacas nos últimos 5 anos. Desse total, o Espírito Santo, com sua condição de segundo maior produtor de café do país e dada a sua posição geográfica, poderia exportar pelo menos 10 milhões de sacas/ano – quase três vezes o que vamos embarcar em 2018!

 

Gargalos logísticos, ineficiência da malha rodoviária e, principalmente, limitações do nosso porto para receber navios de grande porte impactam negativamente a nossa economia, reduzem nossa competitividade com outros países produtores e aumentam custos em cerca de 7 reais por saca, retirando remuneração que poderia ser repassada aos nossos cafeicultores os quais, brilhantemente, nos últimos anos, têm atingido níveis espetaculares de produtividade e aumentado significativamente a qualidade dos nossos cafés. Temos um desafio enorme pela frente: trabalhar por uma infraestrutura compatível com a nossa produção e com as nossas empresas que investem e se capacitam para atenderem aos mais altos padrões dos grandes países consumidores mundo afora, e para cumprirem a complexa e rigorosa legislação brasileira.

 

Distorções tributárias também afetam o setor. Diferença de alíquotas de ICMS e vantagens tributárias oferecidas por outros Estados produtores diminuem a competitividade do café capixaba; estimulam empresas inidôneas a usarem mecanismos ilícitos de comercialização e desfalcam os cofres públicos com menor arrecadação do ICMS. Precisamos urgentemente que mecanismos sejam criados para permitir uma atuação rápida e eficiente do Estado, evitando assim a disseminação dessa prática e os prejuízos à imagem de nossa classe.

 

Por isso, ressalto aqui a importância do comércio exportador nesse universo que é o café. O Espírito Santo, segundo maior produtor de café do Brasil, com apenas meio por cento do território nacional, possui cerca de 60 mil propriedades rurais que cultivam o café. A maioria de pequenos produtores.

 

Mas não estamos isolados no dinamismo do mercado mundial de café e alguém precisa mostrar ao mundo consumidor a qualidade do nosso principal produto agrícola. Os exportadores aglutinam volumes, arriscam-se nas bolsas, garantem escala, constância e prontidão de fornecimento, padronizam e rebeneficiam, condicionando os nossos cafés a atenderem às exigentes qualidades impostas pelo mercado importador. Nos últimos 10 anos exportamos 43 milhões de sacas pelo porto de Vitória, ou 160 milhões de sacas nos últimos 50 anos. Conseguimos assim, de forma insofismável agregar valor ao produto e ajudar a empregar diretamente cerca de 350 mil pessoas em nosso Estado. Só essa marca, por si, demonstra nossa relevância para o desenvolvimento capixaba. O exportador de café orgulha-se de fazer parte desse processo, de maneira incontestável.

 

Dois mil e dezoito começou um pouco turbulento: a greve dos caminhoneiros atingiu-nos justo quando colhíamos uma grande safra de café, provocando alguns atrasos nos embarques e, depois de terminado o movimento, criando um ambiente de negócios inseguro com a imposição de uma tabela de preços mínimos de frete. Soma-se a isso outros fatores já citados e que nos desafiaram mais uma vez, mas que vou deixar de lado aqui pra me ater às vitórias. Em meio a tudo isso, a cafeicultura capixaba foi coroada nacionalmente: há poucos dias, durante a Semana Internacional do Café em Belo Horizonte, os cafés capixabas alcançaram os primeiros lugares no prêmio “Coffee of the Year”, nas duas categorias: arábicas e canephoras. Também neste ano, a Associação Brasileira de Cafés Especiais passou a admitir o ingresso de produtores rurais de café robusta em seu quadro associativo, demonstrando reconhecimento ao avanço que a cafeicultura de conilon alcançou no campo da qualidade.

É isso que nos motiva! É isso que nos envaidece como capixabas! Tributo aqui reconhecimento ao Governo do Estado do Espírito Santo que por meio da Secretaria de Agricultura e do INCAPER, com o apoio de diversos atores, entre eles o CETCAF, ajudaram nossos produtores nessa conquista. Meus parabéns!

 

Estamos esperançosos com o novo ano que se aproxima. Acreditamos que a política brasileira venha tomar novos rumos com a mudança de governo no primeiro dia de janeiro. Um presidente eleito com discurso de mudança e promessas, principalmente, de combate implacável à corrupção e de medidas econômicas para que o Brasil volte a crescer. Precisamos colocar o Brasil em seu devido lugar de destaque no cenário mundial e recuperar o tempo perdido e a nossa autoestima. Nos últimos quatro anos sofremos com medidas equivocadas que reduziram nossa economia e levaram o país a um nível de desemprego altíssimo. Mas estamos otimistas. Vislumbramos melhoras nesse quadro já para o próximo ano. No que depender do café no Espírito Santo, já para 2019, prevemos safra alta e exportações perto de 6 milhões de sacas. Nossos associados Cacique e Olam Agrícola farão grandes investimentos e se juntarão à Realcafé na industrialização de café solúvel em terras capixabas. Que os parlamentares eleitos juntamente com o Presidente possam de maneira responsável e equilibrada, nos ajudar a colocar nosso país novamente nos trilhos.

 

Quero aqui encerrar agradecendo de coração aos meus familiares. Meus irmãos e irmãs, meus filhos, minha amada esposa Bianca, meus sobrinhos..., família grande... que muito tem me apoiado: sem vocês certamente eu não teria a capacidade de desempenhar papel tão importante e a honrada missão que tiveram tantos grandes homens que me antecederam: comandar uma entidade com 71 anos de enormes serviços prestados à sociedade capixaba, o Centro do Comércio de Café de Vitória!

 

Desejo um feliz natal e um ano novo com muitas realizações e, acima de tudo, esperançosos de dias melhores. Concluo com um antigo provérbio que ilustra bem o espírito determinado de nossa classe:

 

“Se os ventos não vão servir, leve os remos”

 

Muito obrigado!

 

Vitória, 13 de dezembro de 2018.

 

JORGE LUIZ NICCHIO

Presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória
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