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23/06/2017

Exportação de café tem desperdício de R$ 20 milhões

Por Angelo Passos.

O Brasil exportou neste ano, até maio, 12,7 milhões de sacas de café. Destas 71,7% (9,1 milhões de sacas foram despachadas no Porto de Santos e 9% (1,14 milhão de sacas) no Rio de Janeiro – que não produz café.

O ranking deveria ser assim? Certamente, não. Caberia mais destaque ao Espírito Santo, segundo maior produtor brasileiro de café e o primeiro do mundo em conilon. No entanto, por deficiências portuárias, apenas 707 mil sacas (5,6% do total no país) foram despachadas em Vitória, de janeiro a maio. Destas, somente 43 mil sacas (0,3%) seguiram direto para o destino final, de acordo com as estatísticas do CECAFÉ (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Quanto às demais, uma parte viajou de cabotagem para o Porto de Santos, e outra, por rodovia, para o Porto do Rio de Janeiro. São as duas rotas de fuga do gargalo da Baía de Vitória, onde só chegam navios pequenos.

O frete encarece em cerca de US$ 2 (quase R$ 7) cada saca, pelo cálculo do Centro do Comércio de Café. “O nome disso é desperdício, e deve tirar cerca de R$ 20 milhões do Estado neste ano” diz o Presidente do órgão, Jorge Luiz Nicchio.

“Cerca de 40% do café produzido no Espírito Santo segue por rodovia para ser exportado pelo Rio de Janeiro. O café do Leste de Minas também deveria ser embarcado em Vitória. O Estado perde grande volume de recursos em serviços” Jorge Luiz Nicchio – presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória.

 

Adivinha?

Quem paga a conta da perda econômica do Estado provocada pela fuga das exportações de café para outros litorais? Adivinhou! Toda a população, é claro! Muitos empregos deixam de ser abertos. O comércio seria mais demandado.

 

Efeito em cadeia

O custo adicional do frete para exportar café que sai do Espírito Santo é repassado do importador para o exportador. Este busca negociar o preço com o produtor.

 

Cenários

A estimativa de perda de R$ 20 milhões com adicionais de frete nos embarques de café vale apenas pra 2017 – ano de safra pequena no Estado e exportações também chochas. Em anos de grandes colheitas, o prejuízo pode dobrar, chegando a R$ 40 milhões.

 

Fonte: A Gazeta/Vitória- ES, 23/06/2017,. Pag. 30.