Por Cristiano Zaia, de Brasília.
O vice-presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais
Agropecuários (Anffa Sindical), Marcos Lessa, disse que novas operações padrão
da categoria devem ocorrer nas próximas semanas após a mobilização de ontem. A
categoria entrou em “estado de mobilização” por 24 horas na segunda-feira,
quando fiscais foram orientados a não inspecionar as cargas para a exportação e
a não fazer a fiscalização de frigoríficos.
Ele avaliou
como “positiva” a adesão da categoria à mobilização, que comprometeu
exportações e importações de produtos agropecuários. Segundo Lessa, houve
grande participação de fiscais da região Sul, mas a operação padrão ocorreu em
quase todos os Estados.
“Não tem
gente para trabalhar, faltam fiscais no país. Então nossa mobilização não é de
curto prazo, esperamos aumentar nas próximas semanas”, disse.
Serviços como
a emissão de certificados de exportação em portos, aeroportos e regiões de
fronteira, além de laudos de análise em laboratórios do Ministério da
Agricultura (Lanagro) foram afetados.
Lessa disse ainda que se o ministério contratar médicos veterinários
temporários para a inspeção animal, o Anffa poderá entrar na Justiça para
garantir que apenas os fiscais federais possam exercer atividades de
fiscalização e inspeção agropecuárias no país, conforme a legislação
brasileira. A contratação de 350 veterinários terceirizados foi
anunciada recentemente pelo Ministério da Agricultura, como forma de responder
às críticas da União Europeia ao sistema de inspeção sanitária do Brasil.
Além de se opor à contratação temporária de veterinários para
complementar a fiscalização, o Anffa pede concurso público imediato para 1,6
mil fiscais. Procurado, o Ministério da Agricultura não quis se pronunciar.
Ontem à tarde, a Associação Brasileira de Proteína Animal
(ABPA) informou "que, até o momento, não foram relatados atrasos
significativos nos processos produtivos e de embarques de produtos da
avicultura e da suinocultura do Brasil". (Colaborou Luiz Henrique Mendes)
Fonte : Valor Econômico, 18/07/2017, p. B10.