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30/08/2017

Porto de Vitória não suporta grandes embarcações de sacas café

Por Camila Cechinel

 

exportação de café capixaba em 2017 está estimada em 1,8 milhão de sacas entre as espécies arábica conilon. O volume é o menor dos últimos 35 anos. Para o presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV), Jorge Luiz Nicchio, há duas razões para o cenário: a seca, que devastou as lavouras do estado entre 2014 e 2016, e o Porto de Vitória, considerado obsoleto para realizar embarcações até o destino final. 

 

É verdade que o longo período de estiagem por qual o estado passou trouxe consequências negativas para a cafeicultura, ocasionando em baixas produções de café e resultando em uma queda no volume de sacas exportadas em 2017, mas, ao que parece, a questão vai muito além dos problemas climáticos.

 

De acordo com Nicchio, o Porto de Vitória não comporta navios de grande porte, fazendo com que o frete fique encarecido, uma vez que as mercadorias precisam desembarcar no Porto de Santos ou no Rio de Janeiro para seguirem até o destino final. O processo, chamado de cabotagem, além de cobrar 2 dólares por saca de café, demora de 7 a 10 dias para finalizar a entrega.

 

"O Leste de Minas Gerais produz cerca de 7 milhões de sacas de café, com 70% sendo exportado. Mesmo estando bem próximo do Espírito Santo, devido ao custo adicional, o produto não vem para o Porto de Vitória, indo direto para outras baías, por transporte terrestre", explica o presidente. Vale dizer que são os importadores que determinam por qual porto a mercadoria deve embarcar, preferindo os de menores custos ou os mais vantajosos.

 

De acordo com o representante da CCCV, o governo do estado federal está realizando há cinco anos uma dragagem no Porto de Vitória, para aumentar a sua profundidade e permitir que navios de 265 metros consigam atracar. Porém, apenas embarcações de 350 metros fazem as exportações sem fazer paradas. Hoje, o máximo é de 242 metros de atracagem.

 

"Temos outras atividades agrícolas exportáveis além do café. Somos prejudicados nos produtos que vendemos e compramos. O nosso porto não condiz com o nosso tamanho", disse Nicchio.

 

Para a safra 2017/2018, é esperado que o Espírito Santo produza 6,5 milhões de sacas de conilon e 3 milhões de arábica, volume 20% superior ao ciclo do ano passado. 

 

Fonte: Café Point (www.cafepoint.com.br)

 https://www.cafepoint.com.br/noticias/producao/porto-de-vitoria-nao-suporta-grandes-embarcacoes-de-sacas-cafe-106992n.aspx acesso em 31/08/2017.