Publicado em 11 de novembro de 2020
Fonte: Centro do
Comércio de Café de Vitória
No mês passado, quando o Centro do
Comércio de Café de Vitória (CCCV) divulgou o compilado de dados de exportação referente
ao mês de setembro/2020, foram destacados o declínio das exportações de café
arábica pelo Espírito Santo e, ao mesmo tempo, a importância desse estado na produção de cafés arábicas de
qualidade.
Hoje, passados cerca de trinta dias
desde aquela abordagem dualística do CCCV, saiu a notícia de que o café do produtor
da cidade de Venda Nova do Imigrante – ES, Luiz Ricardo Bozzi Pimenta, um jovem
de 20 anos, sagrou-se campeão do Cup of
Excellence 2020, concurso de fama internacional realizado pela Associação
Brasileira de Cafés Especiais, cujos campeões já tiveram seus cafés leiloados a
preços atípicos, de até 73 mil reais a saca. Por outro lado, com base no
relatório de exportações do mês de outubro de 2020, as estimativas indicam que
o volume de exportação de café arábica pelo Espírito Santo será o menor dos
últimos 30 anos.
O Presidente do CCCV, Márcio Candido
Ferreira, estima que se os próximos dois meses repetirem a exportação média de
arábica apurada de janeiro a outubro, ou seja, 98 mil sacas aproximadamente, a
exportação total de arábica em 2020 ficará cerca de 20% menor do que no ano
anterior, em torno de 1,2 milhão de sacas contra 1,5 milhão de sacas na média
de 2016 a 2019. Mesmo com a safra atual de arábica sendo de bienalidade
positiva, ou seja, ano em que a planta produz mais, e ainda num ano em que o
cenário cambial esteve favorável às exportações.
Para o CCCV, a razão já é conhecida há
muito tempo: falta ao Espírito Santo estrutura portuária capaz de dar
viabilidade econômica a operação logística e voltar a atrair a safra de café
arábica do Espírito Santo e do Leste de Minas Gerais. De acordo com Ferreira, os
embarques de café pelo Espírito Santo, em termos gerais, só não são menores
graças ao aumento sucessivo de sua produção. “Uma solução para isso deve ser cobrada constantemente. Em suma, o
Espírito Santo está deixando de escoar até a sua produção de café arábica, por
enquanto, já que ainda temos o conilon. Temos que ser excelentes não só em
fazer café de qualidade, mas também na operação logística de cargas”,
conclui o exportador.
Os
números da exportação de café
As exportações de café no mês de
outubro recuaram 20% em relação a setembro, mês cujo volume foi recorde
histórico. Foram embarcadas 151 mil sacas de arábica, 449 mil sacas de conilon
e 33 mil sacas de café solúvel, somando 633 mil sacas de café, segundo melhor
mês de 2020. A receita cambial em dólares foi de 15,6 mihões (arábica), 35,6
milhões (conilon) e 3,8 milhões (solúvel), totalizando 55 milhões de dólares no
mês. Os principais países compradores foram Bélgica, México, Estados Unidos,
Turquia e Alemanha, entre 38 países de todos os continentes.
No acumulado do ano, o volume
exportado aumentou 9% em relação a igual período de 2019. Ao todo foram
exportadas neste ano 5,4 milhões de sacas, sendo 1 milhão de arábica, 4,1
milhões de conilon e 0,3 milhão de solúvel, aproximadamente. Até agora o Espírito
Santo já negociou com 60 países uma receita cambial de cerca de 461 milhões de
dólares, destaque para os Estados Unidos, maior comprador histórico dos cafés
capixabas.