No intervalo entre 2018 e 2021, os cafezais brasileiros renderam, em média, R$ 21,7 mil por hectare, o que representou um crescimento de 38% em comparação com o desempenho médio do período entre 2008 e 2011, quando a "produtividade em valor por hectare" foi de R$ 16,8 mil. A constatação aparece no estudo "Agronegócio do Café Produção, Transformação e Oportunidades". da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
No mesmo comparativo, a produtividade agrícola aumentou 42,5% no Brasil, passando de 21,1 para 30 sacas de café por hectare. A área de plantio, por sua vez, diminuiu 12,3%, para 1,8 milhão de hectares. "Apesar da redução da área plantada, o setor investiu em tecnologia e ganhou eficiência por meio do incremento de árvores plantadas e do adensamento dos pés em produção, proporcionando o aumento do volume da colheita", destacou a Fiesp, em comunicado. De acordo com o estudo, o número de árvores plantadas do grão cresceu 12,1%, somando 7,1 milhões de plantas. O volume médio de café disponível para processamento e consumo subiu 13%, para 21,2 milhões de sacas. Já o consumo per capita no Brasil ficou estagnado a média nos dois intervalos foi de 6 quilos por habitante por ano.
O número de países importadores do café brasileiro cresceu ao longo da última década, passando de 134 para 149. A receita com os embarques, em contrapartida, caiu 27%. As vendas ao mercado externo tiveram desempenho atípico em 2011, quando o faturamento foi de US$ 8,8 bilhões. Desde então, o valor total das exportações oscilou entre US$ 5,1 bilhões e US$ 6,6 bilhões por ano. O Valor Bruto da Produção (VBP) das lavouras cresceu 13% na comparação entre os dois intervalos, para R$ 39,8 bilhões.
A produção aumentou 25,3%. Na média das safras de 2008/2009 a 2011/2012, a produção foi de 44,3 milhões de sacas de 60 quilos; já entre os ciclos de 2018/2019 e 2021/2022, a média foi de 55,4 miIhões, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
"Esses números sugerem uma evolução nos fatores de produção, com melhoramento genético, boas práticas agrícolas e boa infraestrutura das propriedades.
Investimentos em máquinas, equipamentos e implementos agrícolas tornaram possível o aumento na produtividade, na produção e no valor gerado", ressalta o estudo da Fiesp.
Embarque gera receita recorde
De São Paulo
Em dezembro, as exportações brasileiras de cafés recuaram 18% em comparação com o mês anterior, para 3,195 milhões de sacas, informou ontem o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). A receita das vendas ao mercado externo também diminuiu a queda foi de 12%, para US$ 707 milhões.
No acumulado do ano passado, o volume dos embarques caiu 3%, para quase 40 milhões de sacas. A receita, em contrapartida, aumentou 47% e chegou a US$ 9,2 bilhões, um recorde.
Nos seis primeiros meses da temporada 2022/23 (a partir de julho de 2022), os embarques alcançaram 19,3 milhões de sacas e renderam US$ 4,576 bilhões ao país. O volume recuou 1,7%, mas à receita cresceu 31,5%.
O preço médio da saca aumentou 52% em relação ao ano anterior e alcançou US$ 234,64, seu maior patamar nos últimos cinco anos. Segundo o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, a receita recorde em 2022 foi reflexo do aumento dos preços do produto e da taxa de câmbio favorável. (EP)
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