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17/09/2014
Produtividade: Estado tem a maior safra de café da história
Produtores capixabas investiram e vão colher e vender mais café tipo conilon
A safra brasileira de café será menor este ano, mas, no Espírito Santo, a produção é
recorde. A terceira estimativa divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab) aponta para uma produção de 12,84 milhões de sacas. O volume é superior a, até então, safra recorde de 12,5 milhões de sacas colhidas em 2012.
Enquanto a produção brasileira teve decréscimo de 8,16%, a produção capixaba registrou crescimento de 9,85%. A safra nacional será de 45,1 milhões de sacas e a local de 12,8 milhões de sacas. No Espírito Santo, a produção de arábica teve queda de 16,82%, enquanto que a de conilon aumentou 21,18%.
De acordo com o relatório da Conab, a queda significativa da produção de café arábica deve-se ao fato de ter tido uma grande safra em 2013, à instabilidade e os baixos preços, problemas climáticos envolvendo altas temperaturas e déficit hídrico de janeiro a março de 2014, principalmente na Região do Caparaó, nas plantações entre 500 e 700 metros de altitudes, que concentra expressiva área de plantio.
Ainda conforme o estudo da Conab, a bienalidade pronunciada, associada à instabilidade e preços muito baixos, levaram muitos produtores a diminuir as adubações, os tratos culturais
e efetuarem podas intensas nas lavouras. A produção capixaba de arábica está estimada em 2,89 milhões de sacas.
Para o conilon, o incremento de produção deve-se ao programa de renovação e revigoramento de lavouras, a baixa produção de 2013, o elevado vigor das plantas, a adequada florada e sua fertilização, além das condições climáticas favoráveis na Região Norte do Estado, onde encontra-se cerca de 80% da produção capixaba. A produção de conilon está estimada em 9,95 milhões de sacas.
O secretário estadual de Agricultura, Enio Bergoli, destacou que o Espírito Santo se consolida como o grande produtor nacional de café conilon. “Três a cada quatro sacas produzidas no Brasil são colhidas pelos cafeicultores capixabas, que são referências nacionais e internacionais em utilização de tecnologias de ponta, como plantas clonais, fertirrigação, podas e nutrição, sendo que muitos já alcançam produtividades acima de 100 sacas beneficiadas por hectare, uma verdadeira revolução tecnológica para essa espécie de café”.
Além do efeito da bienalidade, outro fator importante foi a questão climática, que não ajudou.O caminho, explicou Bergoli, “é a busca contínua da evolução da qualidade pelos cafeicultores, mesmo num ano em que o clima não favoreceu à obtenção de grandes volumes de cafés especiais, que garantem uma boa remuneração para os produtores”. Para se ter uma ideia do efeito negativo do clima, basta dizer que, em Brejetuba, foram colhidas 150 mil sacas de cafés de qualidade na última safra. Neste ano, o volume não deve passar de 80 mil sacas.
PRODUÇÃO
45,14
milhões de sacas
É a produção brasileira de
café: queda de 8,16%.
12,84
milhões de sacas
É a produção capixaba
estimada de café,
que
teve aumento de 9,85
Rita Bridi – Economia, página
33 - Jornal A Gazeta
