A colheita do café começa em abril, mas apesar do bom preço da saca, o setor não está soltando fogos. O ES entra no terceiro ano com problemas climáticos e a safra deve ser menor do que em 2015, quando o estado bateu recorde de exportações de café conilon. Foram mais de 4 milhões de sacas vendidas para o mercado externo. Como os estoques estão baixos por conta do bom preço do café e com a safra menor, o Presidente do Centro do Comércio de Café, Jorge Luiz Nicchio, acredita que não se repetirá o volume de exportações do ano passado. Ele acredita que haverá uma queda em torno de 50% nas exportações.
O Espírito Santo é o segundo produtor de café do Brasil. O país é o maior produtor e o maior exportador de café do mundo. Mas a produção de países como o Vietnã e a Colômbia está aumentando dando mais opção aos compradores. O nosso diferencial neste momento é a valorização do dólar em relação ao real, que nos torna mais competitivos. Mas sem café, o ES não deve aproveitar muito essa onda.
Outro problema enfrentado pelo estado é a infraestrutura logística. A falta de um porto de águas profundas e estradas em condições precárias dificultam as exportações do café capixaba e impedem o estado de agregar receita exportando o café da zona da mata mineira.
Mas apesar dos problemas climáticos e de infraestrutura, Jorge Luiz Nicchio fala que o mercado de café deve continuar crescendo nos próximos anos, já que há uma demanda crescente no consumo, especialmente com a entrada de países como a China. O que se espera é que aconteçam os investimentos que garantam as condições para que o Espírito Santo não perca os mercados que conquistou e consiga ocupar novos espaços para o bem da cafeicultura capixaba importante para 80% dos municípios capixabas.