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09/12/2016

Conselho e Diretoria empossados para mandato de 2 anos

O ano de 2016 será marcado pela queda de 65% dos embarques de café pelo Porto de Vitória em relação ao ano anterior e pela grave crise hídrica que provocou a quebra de quase 50% da safra de café conilon do Espírito Santo em relação a 2014. Contudo, na visão do Conselho de Administração e da Diretoria Executiva do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV), empossados na noite de ontem para o biênio 2017/2018, o exportador de café saberá superar as duras consequências desses eventos. Em sua fala de posse, Jorge Nicchio, conclamou a todos os exportadores de café a manterem-se fortes e unidos, relembrando o mesmo sentimento dos fundadores do CCCV que completará 70 anos em 2017.

 

No contexto dos pedidos de importação de café conilon pelo Brasil, Jorge Nicchio registrou que a alta dos preços do café conilon é resultado natural do mercado, num exemplo clássico da lei da oferta e procura, deixando claro que se for pago o preço que o mercado indica, não há que se falar em importação, pois há disponibilidade de café para abastecer o mercado interno até a próxima colheita. 

 

A posse contou com a presença de representantes dos setores da indústria, comércio e cooperativista, além de autoridades. O Secretário Estadual de Agricultura, Octaciano Neto, destacou o papel e a parceria das instituições públicas e privadas no campo, lembrando que o trabalho do INCAPER e do CCCV, ao longo dos anos, foi determinante para o desenvolvimento da cafeicultura capixaba. O Vice-Governador César Colnago falou que o Governo do Estado vê o CCCV como grande parceiro na cafeicultura, destacando esta atividade como o carro-chefe da agricultura do Espírito Santo. Ele ressaltou que neste ano de crise econômica e política que o país atravessa, o Estado do Espírito Santo entrará em 2017 com suas contas equilibradas permitindo ações como o Programa Estadual de Construção de Barragens que prevê investimentos de 90 milhões de reais, entre outras medidas de enfrentamento da crise hídrica.

A nova Diretoria Executiva será presidida por Jorge Nicchio que terá ao seu lado Márcio Candido Ferreira como Vice-Presidente e os Diretores José Eugênio Ruschi Tápias (patrimônio), Fábio Coser Teixeira (financeiro), Eduardo Lima Bortolini (social) e Fabrício Tristão (secretário).


Clique aqui e veja as fotos do evento.


 

Conselho de Administração

CARGO                                 NOME                                                                 SÓCIO PROPRIETÁRIO

Presidente:                            Jorge Luiz Nicchio                                               Nicchio Sobrinho Café S.A.

Vice-Presidente:                   Márcio Cândido Ferreira                                      Tristão Cia. de Comércio Exterior     

 

MEMBROS DO CONSELHO:

EFETIVOS                           SUPLENTES                                         SÓCIOS PROPRIETÁRIOS

Jorge Luiz Nicchio                  Wolmer Nicchio Júnior                       Nicchio Sobrinho Café S.A.

Márcio Cândido Ferreira     Sérgio Giestas Tristão                        Tristão Cia. de Com. Exterior

Carlos H. Zurlo Bortolini     Lúcio Tomazi Liberato                         Custódio Forzza Com. e Exportação Ltda.

Cláudia Nicchio                    Adhemar Tadeu Nicchio                     Nicchio Café S.A. Exportação e Importação

Fábio Coser Teixeira           Paula Coelho Padilha                          Unicafé Companhia de Comércio Exterior

Fabrício Tristão                    Jerônimo Antônio Pereira                   Olam Agrícola Ltda.

Júlio César Galon Moro       Josimar Baldo                                      Blendcoffee Com. Export. e Import. Ltda.

Mário de Abreu Guerra         Luiz Antônio G. Caliari                        Marca Café Comércio Imp. Exp. S.A.

Murilo Souto Melo                 Reginaldo Rezende da Silva               Louis Dreyfus Company S.A.                             

Rubens Daniel Krohling        Bruno Krohling                                    Kaffee Exportadora e Importadora Ltda.

Vicente Rubens                    Rodrigo Otávio Silva Ernani                EISA – Empresa Interagrícola S.A

 

DIRETORIA EXECUTIVA:

Cargo:                                   Nome:                                                   Empresa:

Presidente                              Jorge Luiz NIcchio                                  Nicchio Sobrinho Café

Vice-Presidente                     Márcio Candido Ferreira                        Tristão Companhia de Comércio Exterior

Diretor Secretário                  Fábricio Tristão                                       Olam Agrícola Ltda.

Diretor Financeiro                 Fábio Coser Teixeira                               Unicafé Companhia de Comércio Exterior

Diretor de Patrimônio            José Eugênio Ruschi Tápias                 Cafenorte Importadora e Exportadora Ltda.

Diretor Social                         Eduardo Lima Bortolini                           Colibri Comercial e Exportadora de Café Ltda


Leia o discurso de posse:

Boa noite Senhoras e Senhores.

 

Agradeço a presença de todos nesta tradicional festa de confraternização do Centro do Comércio de Café de Vitória. É um desafio enorme e uma grande responsabilidade presidir por mais 2 anos essa instituição tão importante. Agradeço aos Associados pela confiança depositada em mim e nos demais conselheiros eleitos.

 

Agradecimento especial aos diretores que me acompanharão nesta missão:

 

Vice-Presidente:                             Márcio Cândido Ferreira

Diretor de Patrimônio:                    José Eugênio Ruschi Tápias

Diretor Financeiro:                         Fábio Coser Teixeira

Diretor Social:                                  Eduardo Lima Bortolini

Diretor Secretário:                           Fabrício Tristão

 

Ao longo dos 70 anos que completará em 2017, o CCCV e seus associados têm sido importantíssimos no desenvolvimento do nosso Estado.

 

Muito me orgulho em dirigir uma instituição que foi presidida por grandes líderes empresariais do Espírito Santo. Nessa atividade que começa lá no campo, o cafeicultor encontra nas empresas exportadoras um parceiro para permitir que sua produção seja disponibilizada aos consumidores mais exigentes dentro e fora do Brasil, alcançando preços mais justos. Essas empresas, muitas delas com mais de meio século de existência, trabalham de maneira leal, num mercado altamente competitivo, contribuindo para que o produtor de café brasileiro seja o mais bem remunerado dentre os de todos os países produtores de café. É inegável a relevância do exportador de café para geração e distribuição de riqueza, entrada de divisas e desenvolvimento social.

 

Mas estamos atravessando um momento desafiador: a redução drástica do volume de exportação pelo Porto de Vitória. Vamos fechar o ano com uma queda de 65% em relação ao volume embarcado no ano de 2015. Encerraremos 2016 com o menor volume de exportação dos últimos 30 anos, resultado não só da seca implacável que atinge nosso estado há três anos, mas também da ineficiência de nosso sistema portuário.

 

Obsoleto, não comporta navios de grande porte, levando os nossos cafés aqui embarcados a serem reembarcados no porto de Santos. Também, muitos dos cafés produzidos aqui já embarcam diretamente em outros Portos, principalmente os do Rio de Janeiro. Somos o segundo maior produtor de café do Brasil e por aqui menos de 1% dos embarques vão direto para o destino final. O nosso produtor, que tanto trabalhou para ser mais eficiente em qualidade e produtividade, é o principal afetado, pois o aumento do custo portuário recai diretamente no preço de seu produto. Precisamos urgentemente mudar este cenário e não mediremos esforços para isso!

 

Temos um desafio muito grande no CCCV que é conciliar despesas com as receitas que caíram junto com as exportações. Este novo cenário, no qual não vislumbramos grandes melhorias para os próximos dois anos, nos forçou a mudar radicalmente a administração dos recursos, revisando contratos e, infelizmente, restringindo verbas para ações sociais e enxugando o quadro de colaboradores.

 

Estamos fazendo o dever de casa buscando um equilíbrio em nossas contas e contamos com o apoio de nossos associados nesta dura travessia.

Acompanhamos nos últimos dias, intensa movimentação e solicitação para a liberação de importação de café conilon pelo Brasil. Não poderíamos deixar de opinar e nos posicionar terminantemente contra isso. A importação trará malefícios irreparáveis a nossa cafeicultura, com a queda nos preços e a ameaça sempre presente para uma abertura de novas importações futuras, além do risco de entrada de novas pragas e doenças que poderiam comprometer os nossos cafezais. Por dois anos estamos prejudicados por quebra de safra e no próximo ano sabemos que a produção será num volume bem inferior à nossa capacidade produtiva. A alta dos preços notada nos últimos meses é em função do mercado. Nada mais natural que os preços tenham subido num momento de diminuição de oferta.

 

Isso é mercado! Acontece em todas as commodities e em todo o mundo: menor oferta, maior o preço. Não há problema de falta de café, de desabastecimento. Temos cafés para suprir o mercado até a próxima colheita, basta pagar o preço que o mercado pede.

 

Medidas assim nos faz lembrar a década de 60, quando a erradicação de nossos cafezais trouxe consequências sociais e econômicas desastrosas, provocando o maior êxodo rural da história capixaba. 26% da população migrou para a cidade, resultando numa pobreza rural por falta de alternativas econômicas e inchaço urbano.

 

Qual expectativa terá o nosso produtor vivendo sobre a ameaça da importação?

 

Quando a produção é alta: os preços caem substancialmente; mas quando existe a oportunidade de melhores preços por menor oferta, vem a tentativa de importação?

 

Não! Não podemos deixar de prestar nosso apoio ao produtor, que como sempre digo, é o maior aliado do exportador.

 

Bravamente conseguiram um aumento de cerca de 300% em pouco mais de 20 anos na produção de café conilon, passando de dois milhões e quatrocentas mil sacas em 1993 para dez milhões de sacas em 2014. A produtividade média saltou de 9 para 35 sacas por hectare. Graças ao trabalho do Governo do Estado, por meio do INCAPER, e ao trabalho do CETCAF, a cafeicultura do conilon no Espírito Santo tem se transformado em um dos maiores casos de sucesso na agricultura, tornando-se exemplo para o Brasil e o mundo.

 

Foi um ano difícil e temos grandes desafios pela frente, mas esta noite é de confraternização e agradecimento. De reconhecimento a quem, nos anos bons e ruins do setor, tem sempre estado ao nosso lado: registro aqui nossa imensa gratidão aos corretores de café, às indústrias de torrefação, às cooperativas e, em especial, ao meu amigo Luiz Antônio Polese. Polese presidiu o CCCV de 2011 à 2014 e nos últimos dois anos foi meu vice presidente. Não faz parte desta nova diretoria, mas certamente vai estar próximo, como presidente do Sindicato do Comércio de Café em Geral do Estado do Espírito Santo. Com sua grande capacidade de articulação, dedicação, e acima de tudo lealdade, nos ajudará muito para os desafios que teremos à frente. Muito obrigado Polese, pelos relevantes serviços prestados ao setor!

 

De coração, agradeço aos meus familiares, à minha esposa BIANCA, à minha mãe, a todos os meus irmãos, aos meus filhos e ao time da Nicchio Sobrinho Café: vocês sempre me apoiaram me proporcionando tranquilidade e confiança nestes dois anos em que presidi o Cccv.

 

Agora conclamo a você: exportador de café a acreditar na competência e capacidade de superação deste setor e a manter-se forte e unido, com o mesmo sentimento daqueles que há 70 anos fundaram esta grande organização que é o Centro do Comércio de Café de Vitória.

 

Termino desejando a todos e seus familiares um ótimo natal, um 2017 de boas realizações e otimismo sempre, como diriam dois grandes estadistas:

 

“EU SOU UM OTIMISTA. NÃO ME PARECE MUITO ÚTIL SER OUTRA COISA”

Winston Churchill

 

e

 

“O OTIMISMO PODE ERRAR, MAS O PESSIMISMO JÁ COMEÇA ERRADO”

Juscelino Kubitscheck

MUITO OBRIGADO!

 

Vitória, 8 de dezembro de 2016.