No contexto dos pedidos de
importação de café conilon pelo Brasil, Jorge Nicchio registrou que a alta dos
preços do café conilon é resultado natural do mercado, num exemplo clássico da
lei da oferta e procura, deixando claro que se for pago o preço que o mercado
indica, não há que se falar em importação, pois há disponibilidade de café para
abastecer o mercado interno até a próxima colheita.
A posse contou com a presença de representantes dos setores da indústria, comércio e cooperativista, além de
autoridades. O Secretário Estadual de Agricultura, Octaciano Neto, destacou o
papel e a parceria das instituições públicas e privadas no campo, lembrando que
o trabalho do INCAPER e do CCCV, ao longo dos anos, foi determinante para o
desenvolvimento da cafeicultura capixaba. O Vice-Governador César Colnago falou
que o Governo do Estado vê o CCCV como grande parceiro na cafeicultura,
destacando esta atividade como o carro-chefe da agricultura do Espírito Santo.
Ele ressaltou que neste ano de crise econômica e política que o país atravessa,
o Estado do Espírito Santo entrará em 2017 com suas contas equilibradas
permitindo ações como o Programa Estadual de Construção de Barragens que prevê investimentos
de 90 milhões de reais, entre outras medidas de enfrentamento da crise hídrica.
A nova Diretoria Executiva será
presidida por Jorge Nicchio que terá ao seu lado Márcio Candido Ferreira como
Vice-Presidente e os Diretores José Eugênio Ruschi Tápias (patrimônio), Fábio
Coser Teixeira (financeiro), Eduardo Lima Bortolini (social) e Fabrício Tristão
(secretário).
Conselho de Administração
CARGO NOME SÓCIO
PROPRIETÁRIO
Presidente: Jorge Luiz Nicchio Nicchio Sobrinho Café S.A.
Vice-Presidente: Márcio Cândido Ferreira Tristão Cia.
de Comércio Exterior
MEMBROS DO CONSELHO:
EFETIVOS SUPLENTES SÓCIOS
PROPRIETÁRIOS
Jorge Luiz Nicchio Wolmer
Nicchio Júnior Nicchio
Sobrinho Café S.A.
Márcio Cândido Ferreira Sérgio
Giestas Tristão Tristão
Cia. de Com. Exterior
Carlos H. Zurlo Bortolini Lúcio
Tomazi Liberato Custódio
Forzza Com. e Exportação Ltda.
Cláudia Nicchio Adhemar
Tadeu Nicchio Nicchio
Café S.A. Exportação e Importação
Fábio Coser Teixeira Paula
Coelho Padilha Unicafé
Companhia de Comércio Exterior
Fabrício Tristão Jerônimo
Antônio Pereira Olam
Agrícola Ltda.
Júlio César Galon Moro Josimar
Baldo Blendcoffee
Com. Export. e Import. Ltda.
Mário de Abreu Guerra Luiz
Antônio G. Caliari Marca
Café Comércio Imp. Exp. S.A.
Murilo Souto Melo Reginaldo
Rezende da Silva Louis
Dreyfus Company S.A.
Rubens Daniel Krohling Bruno Krohling Kaffee
Exportadora e Importadora Ltda.
Vicente Rubens Rodrigo
Otávio Silva Ernani EISA
– Empresa Interagrícola S.A
DIRETORIA
EXECUTIVA:
Cargo: Nome: Empresa:
Presidente
Jorge
Luiz NIcchio
Nicchio
Sobrinho Café
Vice-Presidente
Márcio
Candido
Ferreira
Tristão Companhia de Comércio Exterior
Diretor
Secretário
Fábricio
Tristão
Olam Agrícola Ltda.
Diretor
Financeiro
Fábio
Coser
Teixeira
Unicafé Companhia de Comércio Exterior
Diretor
de
Patrimônio José
Eugênio Ruschi
Tápias
Cafenorte Importadora e Exportadora Ltda.
Diretor Social Eduardo Lima Bortolini Colibri Comercial e Exportadora de Café Ltda
Leia o discurso de posse:
Boa
noite Senhoras e Senhores.
Agradeço
a presença de todos nesta tradicional festa de confraternização do Centro do
Comércio de Café de Vitória. É um desafio enorme e uma grande responsabilidade
presidir por mais 2 anos essa instituição tão importante. Agradeço aos
Associados pela confiança depositada em mim e nos demais conselheiros eleitos.
Agradecimento
especial aos diretores que me acompanharão nesta missão:
Vice-Presidente:
Márcio Cândido
Ferreira
Diretor
de Patrimônio: José
Eugênio Ruschi Tápias
Diretor
Financeiro: Fábio
Coser Teixeira
Diretor
Social: Eduardo
Lima Bortolini
Diretor
Secretário: Fabrício
Tristão
Ao
longo dos 70 anos que completará em 2017, o CCCV e seus associados têm sido
importantíssimos no desenvolvimento do nosso Estado.
Muito
me orgulho em dirigir uma instituição que foi presidida por grandes líderes
empresariais do Espírito Santo. Nessa atividade que começa lá no campo, o
cafeicultor encontra nas empresas exportadoras um parceiro para permitir que
sua produção seja disponibilizada aos consumidores mais exigentes dentro e fora
do Brasil, alcançando preços mais justos. Essas empresas, muitas delas com mais
de meio século de existência, trabalham de maneira leal, num mercado altamente
competitivo, contribuindo para que o produtor de café brasileiro seja o mais
bem remunerado dentre os de todos os países produtores de café. É inegável a
relevância do exportador de café para geração e distribuição de riqueza,
entrada de divisas e desenvolvimento social.
Mas
estamos atravessando um momento desafiador: a redução drástica do volume de
exportação pelo Porto de Vitória. Vamos fechar o ano com uma queda de 65% em
relação ao volume embarcado no ano de 2015. Encerraremos 2016 com o menor
volume de exportação dos últimos 30 anos, resultado não só da seca implacável
que atinge nosso estado há três anos, mas também da ineficiência de nosso
sistema portuário.
Obsoleto,
não comporta navios de grande porte, levando os nossos cafés aqui embarcados a
serem reembarcados no porto de Santos. Também, muitos dos cafés produzidos aqui
já embarcam diretamente em outros Portos, principalmente os do Rio de Janeiro.
Somos o segundo maior produtor de café do Brasil e por aqui menos de 1% dos
embarques vão direto para o destino final. O nosso produtor, que tanto
trabalhou para ser mais eficiente em qualidade e produtividade, é o principal
afetado, pois o aumento do custo portuário recai diretamente no preço de seu
produto. Precisamos urgentemente mudar este cenário e não mediremos esforços
para isso!
Temos
um desafio muito grande no CCCV que é conciliar despesas com as receitas que
caíram junto com as exportações. Este novo cenário, no qual não vislumbramos
grandes melhorias para os próximos dois anos, nos forçou a mudar radicalmente a
administração dos recursos, revisando contratos e, infelizmente, restringindo
verbas para ações sociais e enxugando o quadro de colaboradores.
Estamos
fazendo o dever de casa buscando um equilíbrio em nossas contas e contamos com
o apoio de nossos associados nesta dura travessia.
Acompanhamos
nos últimos dias, intensa movimentação e solicitação para a liberação de
importação de café conilon pelo Brasil. Não poderíamos deixar de opinar e nos
posicionar terminantemente contra isso. A importação trará malefícios
irreparáveis a nossa cafeicultura, com a queda nos preços e a ameaça sempre
presente para uma abertura de novas importações futuras, além do risco de
entrada de novas pragas e doenças que poderiam comprometer os nossos cafezais.
Por dois anos estamos prejudicados por quebra de safra e no próximo ano sabemos
que a produção será num volume bem inferior à nossa capacidade produtiva. A
alta dos preços notada nos últimos meses é em função do mercado. Nada mais
natural que os preços tenham subido num momento de diminuição de oferta.
Isso
é mercado! Acontece em todas as commodities e em todo o mundo: menor oferta,
maior o preço. Não há problema de falta de café, de desabastecimento. Temos
cafés para suprir o mercado até a próxima colheita, basta pagar o preço que o
mercado pede.
Medidas
assim nos faz lembrar a década de 60, quando a erradicação de nossos cafezais
trouxe consequências sociais e econômicas desastrosas, provocando o maior êxodo
rural da história capixaba. 26% da população migrou para a cidade, resultando
numa pobreza rural por falta de alternativas econômicas e inchaço urbano.
Qual expectativa terá
o nosso produtor vivendo sobre a ameaça da importação?
Quando a produção é
alta: os preços caem substancialmente; mas quando existe a oportunidade de
melhores preços por menor oferta, vem a tentativa de importação?
Não!
Não podemos deixar de prestar nosso apoio ao produtor, que como sempre digo, é
o maior aliado do exportador.
Bravamente
conseguiram um aumento de cerca de 300% em pouco mais de 20 anos na produção de
café conilon, passando de dois milhões e quatrocentas mil sacas em 1993 para
dez milhões de sacas em 2014. A produtividade média saltou de 9 para 35 sacas
por hectare. Graças ao trabalho do Governo do Estado, por meio do INCAPER, e ao
trabalho do CETCAF, a cafeicultura do conilon no Espírito Santo tem se
transformado em um dos maiores casos de sucesso na agricultura, tornando-se
exemplo para o Brasil e o mundo.
Foi
um ano difícil e temos grandes desafios pela frente, mas esta noite é de
confraternização e agradecimento. De reconhecimento a quem, nos anos bons e
ruins do setor, tem sempre estado ao nosso lado: registro aqui nossa imensa
gratidão aos corretores de café, às indústrias de torrefação, às cooperativas
e, em especial, ao meu amigo Luiz Antônio Polese. Polese presidiu o CCCV de
2011 à 2014 e nos últimos dois anos foi meu vice presidente. Não faz parte
desta nova diretoria, mas certamente vai estar próximo, como presidente do
Sindicato do Comércio de Café em Geral do Estado do Espírito Santo. Com sua
grande capacidade de articulação, dedicação, e acima de tudo lealdade, nos
ajudará muito para os desafios que teremos à frente. Muito obrigado Polese,
pelos relevantes serviços prestados ao setor!
De
coração, agradeço aos meus familiares, à minha esposa BIANCA, à minha mãe, a
todos os meus irmãos, aos meus filhos e ao time da Nicchio Sobrinho Café: vocês
sempre me apoiaram me proporcionando tranquilidade e confiança nestes dois anos
em que presidi o Cccv.
Agora
conclamo a você: exportador de café a acreditar na competência e capacidade de
superação deste setor e a manter-se forte e unido, com o mesmo sentimento
daqueles que há 70 anos fundaram esta grande organização que é o Centro do
Comércio de Café de Vitória.
Termino
desejando a todos e seus familiares um ótimo natal, um 2017 de boas realizações
e otimismo sempre, como diriam dois grandes estadistas:
“EU
SOU UM OTIMISTA. NÃO ME PARECE MUITO ÚTIL SER OUTRA COISA”
Winston
Churchill
e
“O
OTIMISMO PODE ERRAR, MAS O PESSIMISMO JÁ COMEÇA ERRADO”
Juscelino
Kubitscheck
MUITO
OBRIGADO!
Vitória, 8 de
dezembro de 2016.