Qual
foi o erro cometido pela cadeia da cafeicultura brasileira? Estou refletindo a respeito do assunto e chegando
à conclusão que estamos desprezados por quem nos deveria amparar. Políticas
públicas para uma cadeia tão importante e tradicional do AGRO brasileiro, nunca
foi a prioridade de nenhum governante.
Nós produtores, que sempre acreditamos na
organização desta grande cadeia, agora somos apunhalados por um dos elos desta
corrente e guilhotinados por quem deve proteger o ESTADO BRASILEIRO.
A inconsequência do Ministério da Agricultura que é
favorável à importação, é desoladora, visto que os riscos sanitários de uma
atitude desta pode dizimar a cafeicultura brasileira.
Os produtores de café do norte do Espírito Santo
sabem o que significa a erradicação total de sua atividade, já que passaram por
isso nos anos 60. Municípios desta região diminuíram sua população
drasticamente por êxodo para os grandes centros ou para outras regiões do
Brasil.
Naquela oportunidade, o governo fazia estoque
regulador e quando encheu seus armazéns, queimou montanhas de café e pagou para
erradicar lavouras.
E agora? Não se tem estoque (e a indústria também
não), tem um arremedo de política de preços mínimos e não me lembro de mais
nada.
Somos órfãos de quem nos impõe cargas tributárias
pesadas e ÓRFÃOS de quem ainda nas mesas de negociação se intitulam os “maiores
parceiros da produção”, porque nos compram o produto. Sim nos compram, mas eu
nunca pude dizer por quanto queria vender!
Prezados cafeicultores, não esmoreçamos visto que o
“martelo não foi batido”. Estamos na luta e não cairemos nunca!
Permaneçamos juntos e seremos fortes!
Deste episódio que nos fique a lição: PRECISAMOS DE
REGRAS CLARAS PARA A NOSSA CAFEICULTURA! Políticas definidas!
Bento Venturim
Presidente do Cetcaf
Fonte: Informativo CETCAF - Fevereiro/2017 - ano 8, n.º 96