INSTITUCIONAL

 

O Café

Origem Lendária do Café

São inúmeras as lendas sobre o aparecimento do costume de beber café. A mais conhecida delas é a que nos conta que em meados do século XV, um pastor da Etiópia, chamado "Kaldi", notando que as cabras ao ingerirem os frutos de certo arbusto se tornavam mais vivas e adquiriam mais disposição, resolveu fazer uma infusão com os tais frutos e experimentá-la. Achando que seu estado de espírito e sua disposição física melhoraram, continuou a beber a infusão e passou a propagá-la. Daí em diante, foi-se definindo o uso de beber a infusão preparada com frutos de cafeeiro.

O Café no Brasil e no Espírito Santo

Em 1727, o Sargento-Mor Francisco de Melo Palheta, que foi em missão oficial às Guianas, trouxe para o Brasil algumas sementes e mudas de café, iniciando, deste modo, em Belém do Pará, a cultura da Rubiácea em nossa terra. Do Pará, o café foi levado para o Amazonas e Maranhão.

O café se espalhou do Pará para o Maranhão, Piauí e Bacia Amazônica, porém não encontrando aí a região ideal, não teve um desenvolvimento econômico desejável. O café foi levado para o Rio de Janeiro pelo Desembargador João Alberto Castello Branco, em 1770.

O Estado do Rio, que era o maior produtor de café do Brasil, cedeu esta posição a São Paulo por volta de 1886; perdeu ainda para Minas Gerais e, em 1928, foi novamente deslocado, desta vez para o 4º lugar passando o Estado do Espírito Santo para o 3º lugar.

Origem do Café no Estado do Espírito Santo

O cultivo dos cafezais capixabas ocorreu na metade do século XIX. O café foi plantado em terras capixabas pelo sul e com o decorrer dos anos a cafeicultura foi se consolidando como atividade econômica para o nosso Estado.

A atividade cafeicultora se traduziu nesse início como uma substituição interna no modelo primário exportador canavieiro.

A expansão da cafeicultura foi rápida. Em 1850 já era notável a importância da cultura no setor econômico capixaba. Neste período surgiram estradas de rodagem, navegação interprovincial, construção de ferrovias e o crescimento das atividades do Porto de Vitória, que beneficiaram ainda mais o desenvolvimento econômico para o estado do Espírito Santo.

O Café Arábica no Espírito Santo

A cafeicultura de arábica em terras capixabas teve início na segunda década do século XIX, consolidando-se como importante atividade econômica com o advento da imigração italiana e alemã.

Inicialmente plantada no sul do Estado e região centro serrana, a partir de 1920 expandiu-se também para o norte do Rio Doce, ocupando áreas recém desbravadas da Mata Atlântica.

Até o ano de 1962, o café arábica foi o senhor absoluto da economia estadual ocupando mais de 500 mil hectares.

O Conilon no Espírito Santo

A introdução do café robusta no Espírito Santo  ocorre, na realidade, no final da década de 20. As primeiras sementes foram plantadas no município  de Cachoeiro de Itapemirim. A abundância de recursos fartamente subsidiados e a tradição dos cafeicultores, fizeram surgir toda uma mobilização para que o IBC financiasse lavouras de café robusta, apto para regiões onde estava impedido o cultivo do arábica.

As primeiras sementes de conilon, provenientes de Cachoeiro de Itapemirim, foram levadas para a Escola Agrotécnica Federal de Santa Teresa. Posteriormente foram levadas, tanto de Cachoeiro de Itapemirim como de Santa Teresa, para São Gabriel da Palha pelo Sr. Ernesto Caetano e plantadas nas propriedades dos Srs. Moisés Colombi e Arcanjo Lorenzoni.

Inicialmente, houve resistência das regiões que cultivavam arábica. Os produtores temiam que as lavouras de robusta viesse a substituir os cafés mais finos, dados os menores custos de produção e a elevada produtividade do robusta.

“Este conjunto de fatores levou os produtores a iniciarem por conta e risco as respectivas lavouras de conilon, sem qualquer auxilio financeiro do governo”.

Tendo como Prefeito Municipal o Dr. Dário Martinelli e extensionista da antiga ACARES o Eng. Agrº Ailton Vargas de Souza, em 1971 iniciou-se os plantios comerciais de conilon com sementes das propriedades acima mencionadas e em pouco tempo o conilon, apesar de toda resistência oficial para o seu plantio, começou a ocupar os espaços deixados pelo arábica, trazendo esperança a uma região desolada.

Atualmente, o Espírito Santo é o maior produtor brasileiro de conilon, com 75% da produção nacional do Robusta, e a variação de 8,5 a 9,5 milhões de sacas por ano.

É o 2º maior produtor de café do Brasil, com cerca de 25% da produção nacional.

Fonte: COOABRIEL - Relatório de atividades de 1997 e Cecaf.

Destino dos Cafés do ES
Arábica
:
60% - Exportado
40% - Mercado interno

Conilon:
10% - Exportado
90% - Mercado interno

Principais Destinos:
Estados Unidos
Eslovênia
Alemanha
Países da Região do Mediterrâneo
Argentina

Parque Cafeeiro no Estado do ES
Total de propriedades rurais:
82.400
Participação de Propriedades com Café: 68,16%

Fonte: Cetcaf.

Cafeicultura do ES em números

O café é a principal e mais tradicional atividade agrícola do Espírito Santo e o maior gerador de recursos na maioria dos municípios capixabas;

O Espírito Santo é o 2º maior produtor de café do Brasil e o 1º em produção de café conilon.

Em 0,55% do território nacional o Espírito Santo produz 25% de todo o café brasileiro;

Se o Espírito Santo fosse um país, ele seria o 3º maior produtor de café do mundo e o 2º maior na produção de conilon/robusta;

A cafeicultura é praticada em quase todos os municípios do Estado;

87% do café do Espírito Santo é cultivado em pequenas propriedades rurais que têm em média 9,37 ha;

A cafeicultura do ES emprega cerca de 350 mil pessoas diretamente.